Uma das propostas que as crianças gostam muito e pedem para fazer e refazer é o trabalho de construção com sucata, sobretudo a sucata de brinquedos velhos e quebrados, as "prendas" das festinhas de aniversário, os brinquedinhos de kinder-ovo desmembrados, as tranqueiras de fundo de gaveta. Uma turma de 5ºano num desses momentos resolveu fazer uma casa, a famosa brincadeira de casinha, com os papéis de pai, mãe, filha, filho etc. O interessante é que este tipo de brincadeira costuma reunir meninos e meninas que ficam muito tempo e, se deixar, não querem fazer outra coisa. Era complicado finalizar a aula, por que não queriam parar de trabalhar. Curiosamente para realizar esta casinha usaram como suporte objetos circulares: tampas de plástico e disco de vinil. Há uma frase do filósofo Gaston Bachelard que fala da profundidade da imagem da casa para a imaginação humana: “A casa é uma das maiores forças de integração para os pensamentos, as lembranças e os sonhos do homem. Nessa integração o princípio de ligação é o devaneio.” Talvez seja esta a força de integração poderosa para a personalidade que as crianças vivenciem nas brincadeiras e construções de casinhas. E certamente elas têm na imaginação a partir dos materiais o seu mote de ação. Para quem se interessar e quiser aprofundar o assunto pode ler meu trabalho sobre a atividade de construção com crianças em http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-14042009-190858/publico/ferreirapaulonin.pdf
Um espaço criado por dois arte-educadores de São Paulo para compartilhar experiências de ensino de arte realizadas em escolas públicas e privadas. São trabalhos que valorizam o processo criativo de crianças e adolescentes a partir de propostas de exploração da linguagem visual. Por aqui vão nossos projetos e de nossos amigos, nossas reflexões sobre a arte e sobre a importância de um ensino centrado na criança e no jovem, com lugar para a expressão da subjetividade e da imaginação.
domingo, 11 de julho de 2010
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