terça-feira, 20 de julho de 2010

COLAGEM I

Visitando a exposição “Uma semana de bondade” do artista Max Ernst,um trabalho magnífico de colagem em que o artista utiliza imagens de folhetins, jornais e romances populares, interferindo, fragmentando, criando novos sentidos com uma crítica acirrada e irônica sobre os valores da época, veio à tona uma experiência anterior.
Foi uma proposta de colagem que desenvolvi com alunos de 1º série do Ensino Médio.

Num desdobramento do estudo da obra de Goya, queria que os alunos enfrentassem uma temática mais dramática, ao mesmo tempo em que explorassem a linguagem gráfica do preto e branco – mais tarde iríamos trabalhar com gravura.

As imagens xerocadas de obras do artista deveriam funcionar como referência e estímulo para novos desenhos, mas também como ponto de partida para se repensar a realidade atual possibilitando o exercício crítico.
O uso das imagens ou de parte delas passou a ser mais um recurso a ser utilizado, mas com outros significados, quando passam a fazer parte da construção dos discursos expressivos dos alunos.

A proposta foi desenvolvida em três etapas:
a) Apropriação, desconstrução e interferência de imagem, construindo novos significados; materiais: cópias de imagens da obra de Goya, papéis branco, preto e transparente, tinta nanquim preto, acrílico branco.
b) Escolha de um pequeno fragmento de gravura da série “Os Caprichos” para ser o ponto de partida de uma nova obra, na qual o fragmento passa a ter uma nova função. Exploração da linha e da aguada – tinta diluída.
c) Desenho explorando os recursos gráficos da linha, sombreado, meio tom, etc. buscando uma continuidade temática às etapas anteriores.

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